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“Biópsia líquida” pode diagnosticar câncer sem dor

Tecnologia está sendo desenvolvida há três anos nos EUA – e pode mudar a forma como tratamos o câncer e a metástase.
03 de Julho de 2018
“Biópsia líquida” pode diagnosticar câncer sem dor
Não há nada de agradável na posição de alguém que está esperando para saber se tem câncer ou não.

E, para piorar, é quase impossível escapar dessa dúvida sem a temida biópsia.

Sempre invasiva e quase sempre dolorida, a biópsia é o exame que retira um pedacinho de uma massa suspeita – que pode ou não ser um tumor – para entender o que diabos é aquilo, e definir quais serão os próximos passos do preocupado paciente.

Para ser totalmente justa com a biópsia, ela é a melhor no que faz. Hoje, não existe forma mais segura e a mais certeira de definir o melhor rumo quando há suspeita de uma doença tão complexa quanto o câncer. O que, é claro, não torna o exame mais agradável.

Mas uma alternativa – razoavelmente indolor! – pode estar próxima. A Universidade Duke dedicou um bom par de anos aperfeiçoando uma técnica ambiciosa: combinar ondas sonoras e exames de sangue para criar uma “biópsia líquida” supereficiente.

Biópsias líquidas

Câncer que pode ser detectado por exame de sangue sempre vira notícia – como você comprova aqui, aqui e aqui.

O motivo é simples: isso é extremamente difícil de fazer. Câncer não é uma doença, são várias. E, por isso, cada exame vai ser criado, a duras penas, para detectar uma punhada deles – e só.

Criar uma “biópsia líquida” é ainda mais difícil. Quando você tem um pedaço do tumor para analisar, geralmente consegue um monte de informações vitais não só para diagnóstico, mas também para tratamento. Informações que não costumam estar fluindo pelas veias de ninguém.

A exceção à essa regra são as CTCs: células tumorais circulantes. São pedacinhos de tumor que se desprendem e caem na corrente sanguínea. Eles são fundamentais para que o câncer se espalhe e estão na raiz das metástases.

Quando CTCs começam a aparecer com mais facilidade em exames de sangue, é porque a coisa ficou feia e o câncer provavelmente já progrediu bastante.

Mas muito antes que o câncer comece a se espalhar, já existem CTCs no sangue. Elas só são muito mais raras e difíceis de detectar – coisa de meia dúzia a cada bilhão de células sanguíneas.